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Método de Fole de Oito Baixos em Afinação Transportada

 

Oficina

 

Desde 2007, Léo Rugero tem se dedicado à pesquisa e divulgação da arte da sanfona de oito baixos.

A proposta da oficina é conduzir o participante a um primeiro contato com este instrumento. Sua origem e uma breve introdução às práticas tradicionais brasileiras em suas principais variantes, com suas diferenças de afinações, técnicas e repertórios.

Além da apresentação com os próprio instrumento, são utilizados como material, exemplos de vídeo e áudio organizado por Léo Rugero.

 

 

Apresentação
Apresentação que também pode ser adaptado em formato de baile, com repertório fundamentado sobre o fole de oito baixos. 

No repertório, musicas tradicionais compostas originalmente para o instrumento, com destaque ao repertório tradicional de forró nordestino e do calango fluminense.

 

 

 

 

 

 

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 Baião de Dois

 

Gravado entre novembro e dezembro de 2020 em João Pessoa, este trabalho foi um bom fruto de um momento delicado, a pandemia e o consequente efeito de retração na atividade profissional artística, sobretudo no contexto das performances ao vivo. A saída imediata ao impacto do isolamento social foi a concentração do trabalho online. Não somente as vídeo-aulas, bem como as "lives", repentinamente se tornaram nosso cotidiano, imersos na nova realidade que se impunha. A princípio, seria algo passageiro, porém, o tempo se prolongaria muito além do que imaginaríamos. Rapidamente nos adaptamos ao novo cenário, obstinados que somos em nossa sobrevivência, no incerto mundo da música em um de seus territórios mais mercantilizados: o Brasil contemporâneo. Pensar dois instrumentos distantes no espaço e no tempo como fole de oito baixos nordestino e o violoncelo, senão inusitado, é algo que nos parecia impensável. De imediato, nos veio o desafio de como associar dois instrumentos predominantemente melódicos e contrapontísticos em um contexto harmônico. Portanto, seria mais adequado outra combinação, que pudesse resultar em um trabalho harmônico mais adequado. Lançar-se ao contraponto e ao predomínio das alturas melódicas sobre as harmonias seria um primeiro desafio. Aliado à isso, havia outro agravante: estes dois instrumentos pertencem a "mundos" distintos que, aparentemente, jamais haviam se aproximado. O violoncelo, mais antigo, emerge na Europa do séc.XVI . Instrumento versátil, tanto utilizado para o acompanhamento grave como para solos melódicos, atravessou séculos e diferentes fases da música europeia, constituindo um dos instrumentos orquestrais de maior relevo. No Brasil, o violoncelo começa a adquirir características peculiares no romantismo, através de compositores como Villa-Lobos, que trouxe a influência de práticas musicais às quais o instrumento não estava intrinsecamente associado, tal como o choro, que marcou profundamente a obra do maestro carioca. Seguindo o rastro deixado por Villa--Lobos, compositores como Antonio Carlos Jobim e Egberto Gismonti proporcionaram à escrita violoncelística novos contornos e a abertura de novos caminhos, que desaguaram na estética sonora de violoncelistas conemporâneos. Já o fole de oito baixos, mais recente, é uma adaptação do modelo vienense de acordeon diatônico, surgido na Europa, em meados da década de 1830. Atravessando continentes, chega à terras nordestinas ainda no séc.XIX, sendo adaptado e modificado ao contexto local. Entretanto, se o lugar ocupado pelo cello será, desde sempre, as salas de concerto, o fole de oito baixos estabelecerá um laço indissociável com a dança, sobretudo no contexto dos bailes rurais, entre as populações interioranas e menos privilegiadas economicamente. Na década de 1950, o fole de oito baixos atinge o rádio e o disco como um dos instrumentos associados à música popular nordestina no contexto de deslocamento ao Sudeste, no intuito de novos mercados, com o pioneirismo de Gerson Filho, Severino Januário e o protagonismo de Pedro Sertanejo, que, além de sanfoneiro, foi o visionário criador de uma casa de forró pioneira em São Paulo e um selo independente voltado para a produção musical nordestina, o Cantagalo.Zé Calixto, com a gravação de seu primeiro disco,na virada da década de 1960, traz à baila uma nova sonoridade, influenciada pelo choro e a canção urbana, ainda que nutrido pelas matrizes sonoras paraibanas. Devemos constatar que tradicionalmente, o contracanto grave sempre foi desempehhado pelo violão de 7 cordas e, ocasionalmente, pelo baixo elétrico. As décadas se passaram e eis que um dia, em plena pandemia e a música restrita ao ambiente doméstico, o fole de oito baixos e o violoncelo se encontram. Enquanto eu gravava em meu home-studio a melodia de "Cantiga de Cego", Agata ouviu e se animou a dobrar a melodia com o fole. Escrevi rapidamente o arranjo e gravamos. O resultado nos surpreendeu e resolvemos compartilhar com o público. Surpreendentemente, vimos que era possível o encontro entre dois instrumentos tão díspares como o fole e o cello. Foi assim que nasceu esse EP. Agradeço, em nome do duo, ao amigo Everaldo Santana, que, através de seu canal Fole de 8 baixos, tem divulgado este trabalho à um público amplo. Ao amigo Forró Quimera, pelo constante apoio. Enfim, uma boa viagem sonora à todos

 

São Saruê Malungo

 

 

 

 

 

 

 

 

São Saruê é um reino encantado que habita a literatura oral nordestina. "Malungo"é um termo típico do linguajar do sertão pernambuco, que significa "parceiro". Nesta parceria entre dois multiinstrumentistas, Léo Rugero e Cacau Arcoverde,

nasce o trabalho deste inusitado duo, revisitando o forró instrumental de sanfona com uma perspectiva contemporânea, fundindo elementos da música contemporânea à perene sabedoria sonora do sertão nordestino.

Atualmente, o primeiro disco do grupo, gravado em Arcoverde, Pernambuco, está em fase de masterização para ser lançado em breve!

Enquanto isso,  dê uma conferida em algumas faixas no soundcloud

 

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